quinta-feira, 21 de maio de 2009

Poesia de ninguém

Você me inspira,
Talvez por que você seja todo poesia,
Eu queria mergulhar nessa poesia,
Descobrí-la, explorá-la, absorvê-la.

Eu queria descobrir o seu mistério
Desvendar você,
Tirar suas máscaras,
Suas verdades,
Seus adornos... Suas roupas,
Queria mergulhar em você, queria me afogar.

Queria fazer deste mundo, meu universo,
E extrair dele as suas mais íntimas motivações,
Queria explorar a mentira que há em você,
Queria que pra mim você fosse só verdade,
Eu não tenho medo da sua verdade, eu tenho fascinação.

Queria que você viesse morar nesse meu azul,
E pudesse colorí-lo de acordo com o seu desejo mais íntimo,
Queria poder fazer com você o que nunca fiz,
Dizer o que nunca foi dito,
Viver o infinito.

Queria ter as chaves do seu esconderijo,
Queria ter chegado primeiro ... Ou antes.

Queria caminhar todo dia nessa companhia,
Que cada passo fosse um beijo,
Que cada rua fosse um fato novo,
 Que criasse um elo entre eu e você.

Queria te engolir inteiro,
Sem vestígios de fumaça por perto,
Só pra te ter preso aos teus temores,
Com os pés ainda presos ao chão.

Sua sensualidade é verde, é livre,
Já eu, sou toda azul,
Queria poder fundir nossas cores,
E que haja algo novo, híbrido o suficiente,
Algo que prenda você em mim,
Eu em você.

Queria ser seu equilíbrio,
Queria que você fosse meu desequilíbrio,
Queria ser como você ,
Por que a verdade é que sou exatamente como você,
Mas, algo tem me tornado o que eu não deveria ser.

Queria você...
Queria que você fosse menos poesia,
Por que não sou poesia,
Sou fato isolado,
Sou realidade a ser compreendida,
Vem pra minha realidade então, e torne-se um fato novo junto comigo,
Você pode me colorir de poesia depois,
Ou de desejo, e eu não me importaria.

Queria ...
Queria ...
Queria ...

Queria ser feita de poesia,
Será que eu queria?

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