terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Enquanto me lembro

Enquanto me lembro de você,
Vejo a minha vida vazia,
Vazia de crenças e sonhos,
Velha e empoeirada.

Enquanto desisto,
Ainda resisto em aceitar o igual,
Ao ver que o de agora,
Ainda será o de antes,
Que entre querer ser e ser,
Existe um abismo profundo,
Do eu e do outro.

Enquanto o coração enche de choro,
Enquanto o rosto enche de lágrima,
Enquanto o semblante enche de ira,
Veja-se o mundo na sua mais pura realidade.

Realidade que me faz assim,
Ao saber que esta vida por agora,
Ainda não será diferente,
Que o novo ainda está encoberto,
Que o novo ano ainda nada inaugura.

A vida que começa celebra a velha,
O novo ano se converte em velho,
Se converte em esperança em inércia.

Enquanto insisto,
Ao conformismo à esta realidade,
Me lembro de você.

Enquanto meu coração,
Reclama pelo novo,
Me lembro de você.

Enquanto sinto,
Meu mundo me afligir,
Me lembro só de você.